Renamo exige anulação do recenseamento eleitoral
e denuncia manipulação
Maputo
- A Renamo, principal partido de oposição em Moçambique, está exigindo a
anulação imediata e uma auditoria completa do processo de recenseamento
eleitoral, acusando a Frelimo, partido no poder, de manipulação em conluio com
as autoridades eleitorais e a Procuradoria-Geral da República.
Segundo
a Renamo, as irregularidades presentes no processo podem levar à violência
durante as eleições. O partido convocou uma colectiva de imprensa para
manifestar, mais uma vez, sua insatisfação com as alegadas irregularidades
desde o início do recenseamento eleitoral, em 20 de Abril.
Para
o segundo maior partido com assentos no Parlamento, a anulação do processo é a
única medida capaz de evitar que o ciclo eleitoral seja marcado por violência.
"A Renamo exige a anulação e auditoria do recenseamento, bem como a
realização de um novo processo imparcial e livre de manipulação e vícios, a fim
de garantir eleições livres, justas e transparentes", declarou José Manteigas,
porta-voz da Renamo.
Manteigas
acusou os órgãos eleitorais de proibirem a inscrição de membros do seu partido
por ordens da Frelimo, com a conivência da Procuradoria-Geral da República.
"Milhares de potenciais eleitores, identificados como membros da oposição,
especialmente da Renamo, idosos, pessoas com albinismo, com deficiência e
outros supostamente não filiados à Frelimo, foram impedidos de se inscrever",
explicou o porta-voz.
Sobre
a prorrogação do horário de recenseamento nos últimos dois dias, Manteigas
chamou o ocorrido de "uma verdadeira farsa", afirmando que "no
dia 2 de Junho, muitos postos de recenseamento encerraram entre as 19h e 20h,
por decisão dos responsáveis. Na autarquia de Cumba, em 3 de Junho, dos 27
responsáveis, apenas dois estavam em funcionamento, pois os dispositivos móveis
foram retirados dos postos de recenseamento".
Para
a oposição, as irregularidades presentes no processo de recenseamento são uma
tentativa de impor uma ditadura no país. A
Renamo continuará a pressionar por uma revisão completa e imparcial do
recenseamento eleitoral, visando garantir um processo eleitoral transparente e
confiável.