Preconceito contra as mulheres persiste em todo o mundo, revela estudo do PNUD
O preconceito contra as mulheres continua profundamente enraizado em grande parte do mundo e, infelizmente, não mostrou sinais significativos de diminuição na última década, de acordo com um estudo divulgado hoje pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O relatório revela que quase nove em cada dez pessoas possuem algum tipo de preconceito contra as mulheres, e uma em cada quatro aceita a violência doméstica. Além disso, há uma percepção generalizada de que os homens são melhores líderes políticos e empresariais do que as mulheres. Esses dados são alarmantes e demonstram a necessidade urgente de mudanças significativas.
Mesmo em países com níveis mais altos de educação, as mulheres continuam a enfrentar desigualdades salariais significativas, ganhando em média 39% menos do que os homens. Essa disparidade de gênero persistente é inaceitável e destaca a urgência de ações para garantir a igualdade salarial e a equidade de oportunidades no local de trabalho.
O estudo abrangeu 80 países, representando 85% da população mundial, e os dados foram coletados entre 2017 e 2022. Infelizmente, os resultados revelam que o progresso tem sido lento nos últimos anos, apesar dos movimentos importantes pelos direitos das mulheres, como o movimento MeToo. Ao comparar os dados com os recolhidos entre 2010 e 2014 em 38 países, observa-se uma estagnação preocupante.
Embora haja algumas exceções positivas, com países em que o número de pessoas sem preconceito de gênero aumentou significativamente, a situação global é preocupante. Por exemplo, a Alemanha registrou uma diminuição de 56% para 37% no número de pessoas com pelo menos um preconceito nos últimos dez anos, enquanto no Japão caiu de 72% para 59% e no Uruguai de 77% para 61%. No entanto, outros países registraram retrocessos, como na Rússia, onde o valor subiu de 87% para 91%, na Coreia do Sul de 85% para 90% e no Chile de 74% para 80%.
É fundamental que os governos desempenhem um papel central na mudança das normas sociais e na luta contra o preconceito de gênero. O PNUD destaca a importância de regulamentações, como a licença parental, que podem alterar a percepção das responsabilidades de cuidar da família. Além disso, reformas laborais são necessárias para desafiar as crenças antiquadas sobre mulheres e trabalho.
O caminho para a igualdade de gênero é longo, mas é essencial promover a conscientização, a educação e a implementação de políticas que garantam a igualdade de oportunidades para todas as mulheres. Juntos, podemos criar um futuro mais justo e equitativo para todos. Ver mais...