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As Perspectivas de Análise do Conhecimento

Filogenética, Monogenética,
a Sociologia do Conhecimento e a Fenomenológica. As teorias explicativas sobre
o conhecimento foram sempre um tema central na História da Filosofia e na
ciência. Entre as teorias científicas do conhecimento, pode-se destacar a
perspectiva Filogenética, ontogénica, a Sociologia do Conhecimento e a
Fenomenológica.



Perspectiva Filogenética



A filogénese estuda a
história da evolução humana, ou seja, a evolução de cada espécie nomeadamente a
constituição dos seres humanos como sujeitos cognitivos. Ao entender da
Paleontologia humana, afirma que os homens nem sempre tiveram a mesma
constituição e capacidades, pois o ser humano transformações significativas,
desde a sua origem até aos dias actuais, e a sua capacidade cognitiva foi
evoluindo, pois a dos primeiros humanos era bem mais reduzida do que a actual.
A explicação mais consensual é que a evolução da nossa constituição morfológica
e funcional foi feita em simultâneo com o desenvolvimento das nossas capacidades
cognitivas (memoria, linguagem e pensamento) e esta de forma articulada com o
desenvolvimento das nossas realizações e capacidades técnicas.



De acordo com o processo
acima mencionado, o homem teve um desenvolvimento bio-psico-social, fazendo com
que as actividades sensoriomotoras passassem, através das experiencia, as
actividades perceptivo-motoras, permitindo a interiorização de imagens que
constituem o alicerce da linguagem e da reflexão.



Ao longo do processo
filogenético, o ser humano constitui-se numa dialéctica entre a acção e o
conhecimento, pois a acção provoca conhecimento e este provoca a possibilidade
de novas e melhores acções e, por sua vez, possibilitam novos conhecimentos,
sucessivamente. Assim, todos esses factores de forma inter-relacionada
contribuíram para gerarem a espécie que hoje somos.



Perspectiva ontogénica



Segundo a Ontogénese encara
o conhecimento como um processo de modificação e adaptação ao meio que desde o
nascimento ocorre em todos os seres vivos. Etimologicamente “onto” significa
“ser” e “génese” aborda o conhecimento numa visão individual, partindo da
análise das estruturas cognitivas do ser humano desde o nascimento até ao seu
pleno desenvolvimento. Assim, esta perspectiva de conhecimento defende que na
génese e no desenvolvimento das capacidades cognitivas da criança há um
relacionamento necessário entre o individuo e o meio.



Segundo Jean Piaget (1896-
1980), um psicólogo suíço e criador desta abordagem científica do conhecimento
(a Psicologia Genética), começou por estudar o modo como, em cada individuo se
desenvolve a faculdade de raciocinar (abordagem genética) considerando que a
faculdade não está pré-constituída aquando do nascimento de uma criança,
chegando assim Piaget a conclusão de que “na origem do conhecimento está um
processo dinâmico em que há uma permanente interacção entre o sujeito e o
meio”.



Piaget demonstrou que a
inteligência é anterior ao pensamento e que este se desenvolve em etapas que
são fruto de uma gradual adaptação ao meio. Assim, o desenvolvimento ocorre
porque o organismo amadurece e sofre influência do meio físico e social.



Portanto, a assimilação e a
acomodação são os dois processos que concorrem na formação das capacidades
cognitivas de uma criança que estão presentes os estádios de desenvolvimento. A
assimilação é o processo mental através do qual a criança incorpora novos dados
resultantes da sua relação com o meio; a acomodação é o processo mental pelo
qual os mecanismos mentais são alterados em função das novas experiências
provenientes da assimilação.



O estudo deste processo de
constitutivo das nossas capacidades cognitivas conduziu Piaget a descobrir
quatro grandes períodos ou estádios que são caracterizados em função das
capacidades, de que um individuo dispõe para a apreensão e organização da
realidade:           



  1. Estádio da inteligência
    sensório-motor (do nascimento aos 2 anos);
  2. Estádio da inteligência
    pré-operatório (dos 2 anos aos 7 anos);
  3. Estádio das operações
    concretas (dos 7 anos aos 12 anos);
  4. Estádio das operações
    formais ou abstractas (dos 12 anos aos 16 anos).









Cada estádio representa uma
forma de equilíbrio mais estável. Nesta perspectiva não existem estruturas
inatas. Inata é apenas a necessidade de adaptação ao meio. Esta perspectiva do
conhecimento é actualmente denominada por “construtivismo”. 



Perspectiva da Sociologia do Conhecimento 



A sociologia do conhecimento
estuda a construção social da realidade pelos sujeitos, ou seja, é a ciência
que estuda o conhecimento como resultado do relacionamento dos indivíduos na
sociedade.



Karl Marx (1818-1883) é da
opinião de que as ideias e o conhecimento dependem das circunstâncias histórico
e social do sujeito. Assim, na óptica de Marx o conhecimento é condicionado
pelo meio social que molda o sujeito cognoscente.



Análise Fenomenológica do acto de conhecimento 



O homem deu-se conta de que
no acto do conhecimento não entra apenas o objecto conhecido¸ mas também,
o sujeito que conhece. Portanto, para a consciência crítica, o acto de
conhecimento envolve dois elementos fundamentos: o Sujeito que conhece e o
Objecto que é conhecido. O Sujeito ou ser que conhece, por oposição e
em relação com o objecto ou coisa conhecida; o Objecto é tudo o que
de algum modo e sob qualquer aspecto pode ser representado ou pensado.



Em todo o
conhecimento, há um sujeito “cognoscente” e um “conhecido”, um sujeito e um
objecto encontra-se frente a frente. No entanto, a oposição dos dois não pode
ser suprimida, pois os dois são originariamente separados um do outro.



O sujeito não é sujeito se
não em relação a um objecto e vice-versa. Cada um é o que é em relação ao
outro, cuja é uma correlação.



A relação construtivista do
pensamento é dupla, porém não é reversível. No interior da correlação, sujeito
e objecto não são permutáveis, pois cada um tem uma função diferente. A função
do sujeito consiste em apreender o objecto; a função do objecto consiste em ser
apreendido pelo sujeito.



A apreensão a cima descrita
é vista como a saída do sujeito para fora da sua própria esfera e como uma
incursão na esfera do objecto. Assim, o sujeito apreende as determinações do
objecto, fazendo-as entrar no seu mundo.



O sujeito não pode
captar as propriedades do sujeito se não estando fora de si. Ora, o sujeito não
pode captar o objecto sem sair de si (sem se transcender); porém não pode ter a
consciência do que é apreendido sem entrar em si; sem se reencontrar na sua
própria esfera. Portanto, o conhecimento realiza-se em três tempos: o
sujeito sai de si, está fora de si, e finalmente regressa a si.



Quando o sujeito sai
de si para apreender o objecto não munda nada nele. Apreender o objecto não
significa faze-lo entrar no sujeito, mas sim, reproduzir neste as determinações
do objecto numa construção que terá um conteúdo idêntico ao do objecto. O
objecto não é modificado pelo sujeito, mas sim, o sujeito pelo objecto. No
objecto nada cria-se novo, mas no sujeito nasce a consciência do objecto com o
seu conteúdo, a imagem do objecto.



Referências



GEQUE, Eduardo. &
BIRIATE, Manuel. Filosofia: pré-universitário 11 Classe. Maputo:
Longman, 2010. 

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