HISTORIA DE MOCAMBIQUE

Os Khoisan – Organização económica, socio e ideológica. Os khoisans foram as primeiras comunidades que viveram no actual território de Moçambique. Eram nómadas e dedicavam-se a caça, recolecção e a pesca.

 As actividades económicas eram executadas com base no sexo e idade. Os homens iam a caça e a pesca, enquanto as mulheres, as crianças e os velhos colhiam frutos e confeccionavam os alimentos. Eles viviam em bandos ou grupos, dirigidos por um ancião ou individuo experiente. Viviam nas cavernas ou cabanas feitas de capim, preferencialmente próximos dos rios e lagos.

 Os Khoisan tinham crenças mágicas. Veneravam os espíritos dos antepassados mortos, aos quais faziam oferendas, pois acreditavam que estes espíritos lhes traziam protecção.

Os bantus são pessoas que chegaram a Moçambique entre os seculos III e IV da n.e. Estes eram sedentários. Os primeiros pontos de fixação foram a região do Lago Niassa e na parte Meridional do nosso país. 

 Estes nossos antepassados começaram a praticar agricultura, a pastorícia e a pesca, há cerca de 2.000 anos atrás. Produziam mapira e mexoeira. Criavam gado bovino e caprino e como actividades complementares praticava a caça. Constituíram primeiramente como seus locais de povoamento as bacias fluviais costeiras e mais tarde nas zonas planálticas do interior.

A expansão demográfica bantuocorreu como consequência do conhecimento da agricultura e do processo de extracção do ferro. Na Africa Austral, os primeiros estados bantus são: O grande Zimbabwe, Mwenemutapa, Marave, Estados Yao, Estado de Gaza. A comunidade aldeã estava socialmente organizada em linhagens. Para o sul de Moçambique via paterna e para a norte via materna. Politicamente a linhagem era liderada por um chefe masculino com os poderes políticos, jurídicos e religiosos.

 Sendo a terra património da linhagem ou da família, cabia ao chefe a sua distribuição e estabelecer relações e alianças matrimoniais. Os chefes e os anciãos constituíam a classe dominante da sociedade.

 A ideologia baseava-se nas crenças magico-religiosas. Na prática dessas crenças, os chefes das linhagens e os chefes territoriais, imploravam aos antepassados para si e o seu povo, as chuvas, a saúde, a protecção para a caça e para viagens. O chefe sacerdote constituía o elo da ligação entre os vivos e os antepassados mortos, por isso detinha uma função que era a base do poder.

 O Reino do Zimbabwe

 Localização Geográfica

Localizava-se no actual território do Zimbabwe. Dominou grande parte do planalto entre o Limpopo e o Zambeze. Existiu entre 1250 e 1450. Foi fundado pela população Shona-Calanga.

Limites

ORD

LIMITES

LOCALIZAÇÃO

01

Norte

Rio Zambeze

02

Sul

Rio Limpopo

03

Este

Oceano Indico

04

Oeste

Deserto de Kalahari

  Economia

Agricultura, criação de gado bovino, metalurgia, caça, recolecção, comércio local, regional e internacional.

 Organização Socio – Politico

Existência de duas classes sociais: dirigente e dirigida. A classe dirigida era composta por agricultores, artesãos e pastores. A classe dirigente vivia no interior do amurado, centro do poder politica, económico e religioso. Estes detinham as melhores terras, as minas (de ouro, cobre e ferro) e o controlo do comércio. As famílias estavam organizadas em clã e tribos. A população produzia excedentes e os chefes armazenavam-nos e organizavam as tarefas produtivas. Eram politeístas.

Fonte de riqueza dos chefes

-Mineração intensa do ouro;

- Comercio (com os árabes, chineses e indianos), recebiam tecidos, missangas, porcelanas, vidros;

- Tributo (bois, cabras, ouro, marfim, mapira, mexoeira);

- Escravos.

 Ideologia

A nível ideológico, as populações acreditavam no poder sobrenatural dos chefes que achavam ser capazes de interpretar a chuva, os trovoes, as doenças e outros fenómenos naturais, cuja origem era desconhecida. Acreditavam que os vivos e os mortos estavam unidos. Eram os chefes que orientavam estas cerimónias religiosas.

 Causas da decadência

– Abandono pela maior parte da sua população devido a seca do rio Save;

– Lutas entre tribos (o clã rozwi e o clã torwa), pelo controlo do comércio com a costa;

– A procura de terra fértil e sal;

– O esgotamento de solos e, por consequência das pastagens;

– A penetração mercantil portuguesa a partir de Sofala (1505) e na ilha de Moçambique em 1507.

– A invasão militar do exército por Mutota em 1440 – 1450.

O Imperio de Mutapa

Fundação

Formou-se pelo processo de invasão e conquista no norte do planalto do Zimbabwe, pelo exército de Mutota entre 1440 e 1450, por Nyatsimba Mutota, na Região de Dande, no vale do Zambeze.

Limites 

ORD

LIMITES

LOCALIZAÇÃO

01

Norte

Rio Zambeze

02

Sul

Rio Limpopo

03

Este

Oceano Indico

04

Oeste

Deserto de Kalahari

 O núcleo central governado directamente pela dinastia, situava-se Entre-Os-Rios Mazoe e Luía. Apos a morte de Mutota, ficou a governar o seu filho Matope. Foi durante o período de governação de Matope que o estado de Mwenemutapa alargou o seu território, submetendo as regiões vizinhas: Barué, Manica, Sedanda, Chedima, Maungue, Butua, Quissanga e Quiteve.

Economia

Agricultura (mapira, mexoeira, arroz, milho, feijão e Mandioca).

- Pastorícia: Criação de gado; - Mineração de ouro; - Comercio: marfim, ouro e pele. - Artesanato; - Caça; - Pesca; - Olaria; - Tecelagem.

O comércio era realizado com os Árabes desde o seculo VIII que fundaram o entreposto comercial em Sofala e ilha de Moçambique, mais tarde com os europeus na costa.

 Organização Sócio-Política

1. Aristocracia Dominante

Chefe Maximo – Mwenemutapa;

Chefe dos reinos conquistados – Mambo;

Chefe do conjunto de aldeias -  Chefaturas – Fumos;

Chefe das mushas – aldeias – Mwenemushas;

2. Comunidade rural ou aldeã (mushas) – agricultores, pastores e mineiros.

Fontes de Riquezas

- Trabalho das mushas nas machambas dos chefes;

- Mineração de ouro para alimentar o comércio;

- Construção das casas pelas mushas para membros da classe dominante;

- Tributos.

 Ideologia/Religião

Culto dedicado aos espíritos através de especialistas (swikiros), ligados a sucessões dinásticas.

Causas da decadência e fim

- Lutas interdinásticas;

- Cristianização intensa;

- Invasão dos Nguni;

- Fixação dos mercadores portugueses em Sofala.

História dos Estados do Antigo Regime
  • O primeiro o Estado: Clero

Estado de Regime

Era composto por membros da hierarquia religiosa e estava subdividida em Alto Clero (bispos e abades) e Baixo Clero (párocos e monges). Estes tinham como pevilégios a posse de grandes extensões de terra, cobrança do dízimo á população, isentos de pagamento de impostos e, exercer o Direito Canónico, isto é, era o clero que fazia justiça.

A função destes era ministrar os cultos religiosos e o ensino, controlar a administração pública, prestar assistência aos mais pobres, organizar e cobrar impostos e dar assistência ao rei.

  • Segundo Estado: A Nobreza

Estado de Regime Nobreza

Esta classe era constituída por: Nobreza da corte (junto ao rei); Nobreza da Toga (administração); Nobreza da Espada (militar); Nobreza provincial (pequena nobreza rural).


O Segundo Estado tinha a função administrativa, militar e conselheira do rei, por um lado, e, por outro, estavam ligados à exploração da terra, praticando a agricultura, o comércio e a indústria. Esta classe gozava de seguintes privilégios: isentos de pagamentos de impostos, inserções jurídicas, receber rendas, direito de uso de terras e porte de armas.

  • Terceiro Estado: O povo

FOCOX NETWORK |DAVID MEQUE

O 3º Estado (Povo). Caricatura da época ilustrando o sofrimento da maioria da população que carregava nas costas o sofrimento da vida em relação ao clero e a nobreza.

Constituía a maioria da população (cerca de 80%) composta por membros da alta burguesia, banqueiros, financiadores, homens de profissões liberais, artesãos, funcionários administrativos, camponeses, vagabundos, e mendigos. Esta classe tinha como funções produzir riqueza para a sociedade e para a classe dominante, desenvolver o comércio, a indústria e a agricultura, exercer profissões liberais e administração pública. O terceiro estado não tinha privilégios, apenas cumpria com as obrigações

  •  Leia Resumidamente

Durante o Antigo Regime ainda pratica-se uma agricultura tradicional, desenvolve-se uma indústria artesanal e manufatureira e, o comércio enfrentava dificuldades de vias de acessos para o escoamento de produtos dos locais de produção para os mercados. A sociedade estava estratificada em três Estados O 3º Estado constituía a maior parte da população e cabia a esta classe produzir a riqueza e, não gozava de nenhum privilégio.

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